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 Não somos “heideggerianos”, todos somos ouri-posas! 

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Recife, 09 de agosto de 2022


Querido existencial,


Antes de tudo proponho um novo paradigma de pensamento! Proponho uma filiação à corrente das “ouri-posas”. Sim, nem raposas ou ouriços e sim, OURI-POSAS! Chega de sermos heideggerianos, sartreanos, platônicos, estóicos ou psicólogos! É hora de não sermos. Se bem que — negando ser — somos algo que se compreende, não é mesmo?


Bem, me perguntem caros leitores, o que é isto? 


Isto é uma conversa com tipos generalistas que vociferam que não devemos nos embrenhar nas estruturas de pensamento de um único pensador. Não devemos nos filiar a uma filosofia, a uma causa, a um amor. Não devemos “philia” [φιλíα] —, se é que me entendem. 


Antes de prosseguirmos, e isso é necessário, devemos voltar aos ouriços e as raposas do início desta crônica. Agucemos nossos ouvidos para o dito de Arquíloco: “A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa muito importante”. Que coisa muito importante sabe o ouriço? Ninguém além do ouriço pode dizer o que ele sabe sobre uma única coisa muito importante. Mesmo assim não está em jogo aqui saber a única coisa que o ouriço sabe. O que nos importa é, de modo premente, compreendermos a coisa única que devemos saber, qual seja: saber uma única coisa.


Ah KADU! Você está brincando com o seu leitor, heim? Sim, sobretudo porque na dimensão do nosso enigma, enquanto nos divertimos, os verdadeiros leitores serão capazes de continuar lendo e consequentemente estarão aptos a compreenderem a essência do meu diálogo crítico com os generalistas e suas limitações.


Pensemos nas filiações do pensamento. Pensemos nas correntes filosóficas com as quais visamos cada interpretação do nosso mundo. Em qualquer área do saber, seja na medicina, no âmbito jurídico, saúde mental, filosofia e afins, para todas essas possibilidades de articulação do pensamento já estamos sempre às voltas com esse/s ou aquele/s pensador/res.


A questão é: mas como não se filiar a uma corrente de pensamento? A resposta é simples: não pensando! Bem, a resposta se mostra impossível, concorda? É impossível não pensar. Como somos seres pensantes, ao pensar já partimos dos apriorismos, isto é, estruturas prévias de compreensão com as quais já estamos amalgamados e filiados. Amamos porque filia-mos [philosophia], ou seja, há ressonância. Entramos em fina-sintonia. Amamos e nos tornamos amigos dos saberes com os quais nos encontramos de um modo ou de outro. 


Mas, não só os saberes. Com os saberes nos vem aquele que sabe. Quem sabe nos vem como alguém que pensa uma única coisa — o pensador ouriço — que nos encanta e conclama. O seu saber quando nos atém também nos apraz e traz paz, nos consola e nos cola. Tatua-se em nós. 


Mas, temos os saberes multifacetados. Aqueles saberes filiados a todos os saberes. Esses são no modo “raposal” de saber. As raposas são astutas pela própria natureza. Estão aqui e ali. Nunca em um único lugar. Seus mundos “mundam”, e na medida em que as raposas “mundam”, seus pensamentos mudam. 


De minha parte, eu penso as sintéticas análises do nosso tempo. Sobretudo de críticos que se enveredam nas críticas sobre filiações a uma única coisa. Na verdade o que me ocorre é que os generalistas são tão dispersos que ao tentar cobrir tudo, nada cobre. O generalista prega o cobertor longo para corpos gigantes de saberes que jamais poderão ser cobertos. 


O fato é que nunca poderemos ter uma única filiação, mesmo que tentássemos. Essa é a condenação por sermos seres históricos já filiados a uma história que já nos tomou como filhos. Quando nos filiamos a uma corrente de pensamento, consequentemente assumimos todos os outros “nós” que estruturam a árvore genealógica precedente.


Certo KADU! E quanto a raposa? Já que somos essa rede imbricada de tantas filiações, como poderemos nos ater a uma ÚNICA COISA? Esse empreendimento é possível? Certamente que não. Mesmo assim, podemos ir no fundo de uma única coisa e a essa coisa única nos ater. Para isso é preciso nos perguntar: o que nos atém? 


Não somos heideggerianos porque, uma vez assumida a filiação heideggeriana, já assumimos a filiação heraclitiana, parmenidiana, socrática, platônica, aristotélica, agostiniana, escotista, suareziana, husserliana, raposiana e etc. Diante de todo esse elo e possibilidade devemos nos perguntar: quais desses elos nos atém ao que deve realmente ser pensado como a única coisa que precisamos perseguir até o fim das nossas existências?


Nem raposas, nem ouriços, talvez a “ouri-posa”.



KADU

Escritor, ensaísta, professor de fenomenologia hermenêutica heideggeriana. Pesquisado no GP tecnociência e pós-modernidade pela UFRPE. Linguagem e técnica são suas vertentes de pesquisa. Formado em rádio e tv com mais de duas décadas dedicadas a comunicação. É criador da comunidade heideggerfacil, practitioner em PNL, locutor publicitário, radialista, ator, escritor e músico. É palestrante e consultor em comunicação com mais de 29 anos de experiência.

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