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MANIFESTO DA CABANA

Recife, 01-12-2021

Prezado existencial,


Diante dos avanços cada vez mais céleres da tecnociência, das TICs, das superinteligências autônomas dotadas de linguagem, e da implementação das realidades aumentadas, podemos testemunhar diante dos nossos olhos a consumação da técnica já pensada muito antes de Heidegger.


Diante desse cenário, e sobretudo, diante da proposta do metaverso, quero dizer que: — EU DECLINAREI!


Certamente em um futuro muito próximo grande parte da humanidade estará confinada em seus espaços híbridos, encapsulados, e no entanto, albergados virtualmente por espaços paralelos (realidade aumentada).


A existência e a experiência humanamente ainda experimentada, no ente ainda corpóreo, transcenderá para além da existência corpórea e, desse modo, regerá, como agora já se faz, os nossos destinos. 


Fatalmente já nos encontramos sob sua tutela de uma maneira tão profundamente essencial que não podemos ver o quanto já estamos “adestrados”.


No entanto, o projeto heideggerfacil se manterá no espaço pré-metaverso, apenas e enquanto for possível nesta ante-sala HABITAR.


Para vós que desejais HABITAR a cabana do Heidegger, quando tomados por uma nostalgia — como aquela sensação de pertencimento — para vós que, saudosos, quereis presenciar o envelhecer enrugado da minha face, para vós que concitados desejais continuar caminhando junto comigo como aquela ponte existencial e companheiro de jornada, no pensar a ontologia-hermenêutico-fenomenológico, digo-vos: — estarei às margens do metaverso e seus desdobramentos. Me encontrem fora!


Sempre haverá alternativa para nosso habitar.


Que fique claro!


Para aqueles que me acusarem de ser tecnofóbico deixo-lhes minha preocupação. Não! Não sou tecnofóbico e, no entanto, cuido, enquanto ante-vejo, para que eu mesmo não seja queimado pelo fogo dado aos homens por Prometeu¹. Sou essencialmente cuidado (sorge). Sendo no modo do cuidado já me abandonei “linguajeiramente” naquilo que me requisita enquanto mantenho-me perguntando sobre o sentido de Ser.


Esta questão ainda está esquecida.


Juntamente com essa questão, "a visão", sobretudo aquela fenomenológica sem a qual jamais poderia perscrutar tais movimentos pós-modernos. Tais “vidências” não são compatíveis com o excessivo modo de ser da tecnicidade.


A tecnicidade em sua avançabilidade já se instalou propriamente como o esquecimento do ser e a consumação tardia da metafísica. No esquecimento do ser somos os esquecidos do Seer. 


Diante do que expus, tornar-me-ei a ponte existencial no âmbito da cabana, e lá, certamente serei quem na margem do esquecimento lhe convida a rememorar-nos do nosso belo passado.


Espero ser-com (mitsein) os concitados e ávidos para filosofarmos às margens do metaverso e seus confins.


Por fim, desejarei que o fogo prometeico arda em cada um de vós como chamas interpeladoras daquela primorosa questão, a saber, qual o sentido de ser? Que essa singela questão não deixe de te apelar como aquela voz da consciência que em silenciosidade te conclama para que te apropries de ti.



Com carinho,

Do seu companheiro de Jornada

KADU



¹ Sobre isso conferir o meu artigo “A inteligência artificial e os riscos de perda do controle humano” publicado na revista caboré da UFRPE em 2019.

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